Para o arrendamento ou venda de um imóvel, seja de uso de habitacional ou comercial, um dos fatores relevantes para o seu grau de atratividade é a forma como este se apresenta no mercado imobiliário. A valorização de um imóvel é importante não só no que concerne ao perímetro interior da fração autónoma, mas também no espaço envolvente e zonas comuns, estas que são então geridas pelo condomínio.
A maioria do parque edificado dos centros urbanos é regido por propriedade horizontal, sendo a tipologia de edifício multifamiliar o mais frequente. Assim, acabamos sempre, de uma maneira ou de outra, por lidar com a compropriedade em condomínio.
Assim a vivência com o interesse de um bem comum é relevante para o negócio imobiliário, onde a dependência e controle passa a estar num conjunto de intervenientes e não apenas no proprietário autónomo.
Para o tema descrito neste artigo, importa-nos pegar na posição de uma gestão de condomínio que possibilite uma assim a valorização do imóvel no seu todo, pelo que deixamos considerações para a fração autónoma e para o todo.
Valorização da fração autónoma
Sabemos que o estado de conservação de um imóvel é relevante para acelerar e maximizar o valor do imóvel numa venda / arrendamento.
Para a valorização de uma fração autónoma, seja um apartamento ou uma loja, as intervenções interiores que deverá considerar terão de ser cirurgicamente selecionadas para o tipo de imóvel. Porém, deixamos algumas das dicas, que importa prever para que o imóvel possa sair valorizado depois das obras de remodelações interiores.
- Pintura interior de paredes e tetos: uma pintura envelhecida ou desgastada certamente causa má impressão por parte do interessado. Por isso, investir na renovação da pintura é uma tarefa importante e até bastante simples, pois não requer uma mão-de-obra muito especializada.
- No caso de arrendamento/venda do imóvel mobilado, retire os elementos em excesso: precisa ter em mente que o local tem de ser ainda assim uma tela em branco para que o interessado possa compreender e imaginar-se nesse espaço.
- Troque materiais de revestimentos de pavimentos desgastados: opte por soluções mais contemporâneas que passem a sensação na atratividade do imóvel.
- Idealmente as infraestruturas deverão ser substituídas/mantidas, como as canalizações de águas, gás, eletricidade e telecomunicações, assim como novo sistema de aquecimento de águas sanitárias. Sugerimos sempre a realização de inspeção de Gás, para garantir a segurança total do imóvel.
- Para obras de interiores mais aprofundadas, sobretudo em mercados mais high-end, importa garantir alguns dos requisitos que são quase condição sine qua non, tais como:
- Substituição das caixilharias por novas com melhorias de performance energética
- Estores com manuseamento elétrico
- Casas de banho remodeladas com novos sanitários e revestimentos
- Novos sistemas de climatização e aquecimento de aguas sanitárias
- Nova cozinha com bancadas em compósitos e novos armários modernos
Valorização das partes comuns
O contributo de uma administração e gestão do condomínio eficiente é certamente um bónus que o imóvel pode trazer.
Recordamos que a primeira impressão é bastante relevante, pelo que a experiência de entrada num determinado edifício é sempre um trampolim para o entusiasmo de determinado apartamento que esteja a ser visitado por potenciais compradores. Todos gostamos de ter um apartamento inserido num contexto limpo, mantido, harmonioso, que traduza o investimento que faz no seu interior.
A administração do condomínio influencia o bem-estar, o baixo desgaste, a elevada higiene e manutenção cuidada das partes comuns e isso é garantidamente uma forma de valorizar o imóvel. Uma equipa proativa de gestão, que promova a reunião de esforços dos condóminos e, potencie a demonstração da mais-valia de um condomínio preocupado com a manutenção e preservação das partes comuns, não tem preço. Garantir que existe uma boa gestão de recursos para manutenção e inovação, com obras de pintura, impermeabilizações, portas de acessos comuns, limpezas, etc é fundamental para que as partes comuns possam ser um ponto a favor e de diferenciação da propriedade no mercado imobiliário.
Muitos aspetos das partes comuns podem reduzir o potencial de venda de um imóvel, como sejam áreas degradadas em mau estado de conservação, apropriação das áreas comuns por objetos de determinados condóminos, quotas em atraso de condóminos, poluição visual das fachadas, ruídos, etc.
Pontos fortes de uma gestão de condomínio que agrega valor
Uma equilibrada gestão de condomínio garante que:
- existe liquidez suficiente para promover as manutenções anuais e as despesas previstas;
- evita prejuízos, juros, multas, processos litigiosos;
- mantem um fundo de reserva apropriado para fazer face a imprevistos;
- estuda dos melhores prestadores de serviços a contratar com a racionalização de recursos para garantir redução de custos sem perder eficiência e qualidade (seguros, obras de manutenção, reparação, limpezas, etc);
- acompanha de perto das intervenções feitas no edifício, para garantir que os trabalhos são executados como contratados (limpeza, reparações, etc);
- comunica clara e atempada a todos os condóminos;
- expõe de forma clara dos temas e providenciar planos de manutenção;
- monitoriza periodicamente o condomínio para verificar necessidades de reparação ou antecipar anomalias / desgastes e promover os requisitos de segurança.
Assim a valorização de um imóvel está diretamente relacionada com o contributo do condomínio, sendo positivo sempre que haja uma consciencialização de bem comum, respeito pelo todo e não permitir o interesse privado sob o interesse geral. Valorizar um imóvel é garantir também uma boa experiência de vida e o relacionamento de boa vizinhança é fundamental.
Fonte: apegac.com